Minha Visão
A evolução da aviação na nossa querida América Latina
Há algumas semanas, participei do Fórum dos Líderes de Companhias Aéreas em Buenos Aires e tive uma grande surpresa. Recebi da Associação de Transporte Aéreo da América Latina e do Caribe (ALTA) o prêmio “Alas de América”, em um incrível jantar de gala. Fiquei verdadeiramente honrado em receber este excelente reconhecimento do setor, porém, foi ainda mais importante aceitar este prêmio em nome de todas as pessoas que fizeram parte da nossa grande equipe da América Latina, ao longo de todos esses anos.
Este prêmio representa mais do que vender cerca de 2 mil aviões – ainda bem abaixo dos 16 mil que se vangloria o meu chefe, John Leahy. É também um reflexo da evolução da aviação na nossa amada América Latina.
Acreditem, quando entrei para a Airbus em 1983 (depois de um breve período na Boeing), a empresa não se parecia nada com o que é hoje, tampouco o nosso setor. Na Airbus, trabalhavam pouco mais de 600 pessoas, em comparação às 55 mil de hoje.
Aquele foi o ano do A310! A Airbus vendeu pouco mais de 300 aeronaves e tinha sete em serviço na América Latina, operadas pelas companhias aéreas Cruzeiro do Sul e VASP.
No entanto, éramos uma pequena equipe de vendas com cinco pessoas na região, mas éramos entusiasmados e dinâmicos como somos hoje. E, naqueles dias, muitas das pequenas companhias aéreas que visitávamos não faziam ideia do que era a Airbus.
E pensar que um dia a Airbus cresceria até dominar o mercado latino-americano era simplesmente inimaginável... uma utopia!
Vamos viajar rapidamente pela história da aviação na nossa tão amada região:
Enquanto nos sentimos nostálgicos quando pensamos romanticamente em dias mais simples, o setor nunca foi tão emocionante e com mudanças tão rápidas.
A frota da América Latina e Caribe mais do que duplicará nos próximos 20 anos, mas precisamos garantir que uma adequada infraestrutura de transporte e a reforma da aviação também façam parte desse crescimento. É por isso que a Airbus continua grata à ALTA e à IATA por trabalharem para melhorar a paisagem da aviação em nossa região.
Apesar dos muitos ciclos e crises econômicas que vi ao longo da minha carreira, as perspectivas da região continuam sendo muito promissoras. Prevê-se que a economia da região cresça significativamente nas próximas duas décadas graças as democracias bem estabelecidas, ao aumento da urbanização e o rápido melhoramento das infraestruturas.
Vimos várias ondas de operadores de baixo custo reinventando a aviação e tornando-a acessível para comunidades remotas, atraindo aqueles que nunca haviam viajado de avião e vemos uma crescente classe média que mais que duplicará chegando a mais de 500 milhões de pessoas até 2036 e que usará o avião para sair de férias, ou então uma crescente quantidade de companhias tentando manter seus custos de viagem baixo.
Como vocês podem ver, estamos enfrentando novos desafios, mas estou certo de que o nosso setor continuará escrevendo um futuro brilhante.
Aceitar este prêmio da ALTA não é apenas uma oportunidade fantástica para refletir até onde chegamos como setor, mas também uma ótima oportunidade para inspirar muitos de vocês - nossos leitores - que certamente escreverão a história da aviação do futuro.