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Um olhar mais atento na decisão da Azul de expandir sua rede e no que isso implica

Mais Artigos Maio - Junho 2014

Um olhar mais atento na decisão da Azul de expandir sua rede e no que isso implica

No mês passado, a Azul anunciou sua intenção de operar as aeronaves A330 e A350 para obter participação no mercado internacional de longa distância. Enquanto este fato pode ter sido uma surpresa para muitos fora da indústria da aviação, há muita lógica no porquê os voos de longa distância para os Estados Unidos fazem sentido para Azul. Para começar, é importante notar que, apesar da acirrada competição neste mercado por parte da LATAM, American, Delta e United, a taxa de ocupação é consistentemente alta e as receitas são fortes, mostrando que as rotas desfavorecidas possuem a necessidade de aumento de capacidade. Outra questão fundamental para a Azul teria sido o acordo de “Céus Abertos” entre o Brasil e os Estados Unidos, que regulamentará esse mercado a partir de 2015.

Além disso, é importante considerar os planos de crescimento da companhia em seu hub, no Aeroporto de Viracopos, em Campinas, com um novo terminal dedicado em construção, além de uma nova pista planejada. Desta maneira, a Azul está se posicionando para ser a companhia aérea dominante naquele que se tornará rapidamente o aeroporto mais significativo de São Paulo.

A expansão da rede internacional também permite que as companhias aéreas possam equilibrar melhor os recursos durante o ciclo de negócios, enquanto obtêm acesso a um fluxo de receitas em dólar, que é útil para despesas como combustível e arrendamento de aeronaves.

O que os mercados brasileiro e latino-americano aprendem com isso? A meu ver, em primeiro lugar, há claramente uma falta de oferta de assentos nas operadoras latino-americanas para servir destinos de longa distância. As companhias aéreas estrangeiras já identificaram oportunidades na América Latina e têm aumentando sua capacidade muito rapidamente, em particular no Brasil. As operadoras da América Latina devem proteger melhor seus ativos regionais, buscando novas rotas de longa distância ou por meio de aeronaves maiores para competir diretamente com os concorrentes europeus e norte-americanos. Em segundo lugar, a fim de competir, as companhias aéreas precisam selecionar a aeronave certa para as suas redes de longa distância, de olho em atrair receita por meio de um interior de cabine superior, além da redução de riscos ao voar com uma aeronave mais eficiente em termos de custo e de combustível.

 

Com mais de 30 anos no setor de aviação, Rafael Alonso é o Presidente da Airbus para a América Latina e Caribe, e responsável por todas as atividades comerciais e de relacionamento com o cliente da Airbus em mais de 40 países.

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