Minha Visão
Por que as companhias aéreas do Caribe deveriam renovar suas frotas
Apesar de o mercado do Caribe ser pequeno, comparado com seus vizinhos do México e da América do Sul e Central, o setor de turismo em constante crescimento sempre representou enormes oportunidades às companhias aéreas nacionais e internacionais. E, embora milhões de passageiros visitem as belíssimas praias de areia branca, ano após ano, a maioria das companhias aéreas na região ainda têm de renovar sua frota com aviões de última geração.
Com aviões em média de 17 anos de idade - sete anos mais velhos do que a média mundial - e com algumas aeronaves da frota operacional com um quarto de século de idade, é um mistério para mim por que as companhias aéreas do Caribe não estão aproveitando as oportunidades deste mercado - em particular a disponibilidade dos A319 e A320 das companhias de aluguel - para conseguir grandes economias. A queima de combustível destas aeronave em relação aos clássicos 737 ou MD80 será de 25 a 30% inferior, enquanto que os custos de manutenção podem cair drasticamente para 40%. Estes dois motivos, combinados com uma utilização maior - normalmente 500 a 700 horas a mais por ano -, compensam rapidamente a pequena diferença de custo do aluguel que vemos no mercado de hoje e isso poderia representar uma economia de 200 mil dólares por mês.
Além disso, o A320 ofereceria, às companhias aéreas, uma cabine mais espaçosa, maior confiabilidade, maior capacidade de alcance, tecnologia fly-by-wire, benefícios associados de redução de custos operacionais e maior potencial de receita graças a mais lugares ou maior capacidade de carga.
Para as companhias aéreas locais do Caribe, isso pode representar uma melhor competitividade em relação aos LCCs e às companhias aéreas norte-americanas que compõem um grande segmento do mercado.
Convido nossos amigos do Caribe para virar uma página de seu livro de história, integrando aeronaves mais recentes e mais eficientes em sua frota, que não só representariam uma melhor eficiência operacional e aumento de receitas, mas seus passageiros iriam notar e desfrutar de uma nova experiência de viagem.
Com mais de 30 anos no setor de aviação, Rafael Alonso é o vice-presidente executivo de Relacionamento com o Cliente da Airbus para a América Latina e Caribe, e responsável por todas as atividades comerciais e de relacionamento com o cliente da Airbus em mais de 40 países.