Minha Visão
Operadoras Baixo Custo Descobrem Novos Passageiros e Novos Lucros
Nos últimos anos, venho seguindo com interesse crescente a ascensão e o triunfo das operadoras low-cost na América Latina. Companhias aéreas como Interjet, Volaris e Viva Aerobus no México, e Gol, Azul e Webjet no Brasil, são hoje fortes concorrentes das suas predecessoras em mercados de alto volume que estão sempre em busca de alternativas para viajar.
Acho que muitas pessoas não acreditavam que o modelo LCC funcionaria na nossa região. Há menos de dez anos, voar era algo restrito à elite e praticamente impensável para grande parte da população. Hoje, um terço do mercado opta por voar em vez de usar ônibus ou trens. E por que não?
O custo é muitas vezes similar, o que permite aos viajantes chegar aos seus destinos mais rapidamente, a bordo de aeronaves modernas projetadas para a eficiência e o conforto.
No ano passado, os números mostraram que os passageiros das LCCs aumentaram 16% globalmente, chegando a 640 milhões, e o nível de ocupação quase triplicou, chegando a 80%. Tudo isso com lucro – os lucros operacionais mais que dobraram, ultrapassando US$ 4 bilhões ao longo do ano passado.*
E a eficiência no consumo de combustível pode fazer uma grande diferença. O A320neo, por exemplo, poderia representar uma economia de 15% ou mais na queima de combustível, ou US$ 10 milhões em VPL ao longo de 15 anos, e isso apenas para uma aeronave. Imagine a economia em uma frota de centenas de aeronaves.
Eu gostaria de ver esta tendência crescer ainda mais. Logo veremos novos players emergirem por toda a região, e poderíamos ver ainda mais deles em menos tempo se tivéssemos uma regulamentação menos rígida e impostos e tarifas aeroportuárias mais baixos.
* Edição interativa sobre LCCs da Airline Business de maio 2011
Com mais de 30 anos no setor de aviação, Rafael Alonso é o vice-presidente sênior de Relacionamento com o Cliente da Airbus para a América Latina e Caribe, e responsável por todas as atividades comerciais e de relacionamento com o cliente da Airbus em mais de 40 países.
As LCCs tiveram um crescimento extraordinário entre 2001 e 2010