Minha Visão
O promissor panorama da aviação na Argentina e no Brasil
Há algumas semanas, estive na América do Sul apresentando o Global Market Forecast América Latina, nossa perspectiva sobre o mercado da aviação a longo prazo. Era o momento ideal para estarmos ali e discutir a evolução da dinâmica do mercado e a crescente demanda dos passageiros na região, e como isso levará a frota a dobrar na América Latina nos próximos 20 anos. Era o momento ideal para estar na Argentina e no Brasil, em particular, já que esses dois mercados se encontram em um momento crítico, que definirá o seu futuro da aviação.
Começando pela Argentina, a ascensão das companhias aéreas de baixo custo (low-cost companies, LCCs) é uma tendência que não passou despercebida por lá, onde novas LCCs e startups como Andes, Avian, Alas del Sur e FlyBondi transformaram o país em um foco de novas empresas no mercado regional. Essas novas empresas vão movimentar a dinâmica das viagens domésticas, um mercado que, somente nos últimos cinco anos, observou um crescimento de 65 por cento. Prevemos que esse tráfego continuará a aumentar 4 por cento ao ano nos próximos 20 anos, apresentando uma oportunidade viável para companhias aéreas novas e existentes expandirem e desenvolverem suas rotas de forma a suprir essa demanda.
No Brasil, não é segredo que as circunstâncias políticas e econômicas atuais têm se mostrado instáveis, mas podemos ver sua recuperação no horizonte. Nos próximos 20 anos, prevemos um crescimento do tráfego no Brasil acima das médias regionais e mundiais — a quase 5 por cento anualmente. Sinais de revitalização já são evidentes, na verdade, com os primeiros sinais de crescimento no tráfego aéreo doméstico em março, após 19 meses de retração do mercado — foi observado um aumento de 6 por cento no número de passageiros e na receita proveniente de passageiros por quilometro em comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR). Outro sinal positivo que anuncia a recuperação do mercado de viagens no Brasil é o início das operações dos A380s pela Emirates, em São Paulo.
Argentina e Brasil são apenas dois exemplos das forças por trás da crescente participação da América Latina no panorama global da aviação. Como vejo o futuro? Na minha opinião: sólido, com rápido crescimento e brilhante.