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Entrevista com Declan Ryan, recém-nomeado CEO da Viva Air
Notícias Airbus conversou com Declan Ryan logo após ser nomeado CEO da Viva Air para falar sobre o mercado de baixo custo na América do Sul.
O relacionamento da Airbus com a Viva Air começou em 2012, quando a companhia aérea começou a operar com aeronaves A320. A VivaColombia, com sede em Medellín, é um operador 100 por cento Airbus e hoje conta com 11 aeronaves A320. A Viva Air lançou recentemente a Viva Air Peru, a companhia aérea irmã da VivaColombia. A Viva Air Peru, com sede em Lima, opera hoje com três aeronaves A320.
1- Você obviamente possui uma grande experiência no mercado de LCC em outras partes do mundo - quais são as semelhanças que você vê no mercado latino-americano, na mesma fase inicial de seu desenvolvimento?
Ryan: Existem muitas semelhanças. Eu não acho que as pessoas entendam o quanto é boa, por exemplo, a aviação colombiana. A Avianca existe há 75 anos - como a Lufthansa. Isso significa que as pessoas acreditam nessas companhias aéreas. Existem muitas semelhanças com a Europa e existem muitas diferenças.
2- Então, exatamente quais diferenças você vê?
Ryan: A diferença que mais me irrita é que 80 por cento de todas as aves existentes voam nos céus da Colômbia (e atingem os nossos aviões). Não existe nenhum país no mundo onde haja esse tipo de migração! (Risos). Sério, existem muitas diferenças. Por exemplo, a penetração do smartphone. Ela está em uma porcentagem menor (na América do Sul) do que se pode ver em Singapura ou na Europa.
3- Fica claro que você acha que a América Latina tem grande potencial para o crescimento das LCC. O que você acha que precisa acontecer no nível governamental/regulatório para que as LCC atinjam os mesmos níveis de participação de mercado que foram alcançados em outras regiões do mundo?
Ryan: O primeiro ponto que eu gostaria de mencionar é a regulamentação financeira. O mesmo (se aplica a) todas as operadoras no Peru, por exemplo. Pagamos todos os impostos no Peru. Tenho certeza de que a LATAM paga todos os seus impostos, mas não posso afirmar que as outras operadoras estejam pagando todos os seus impostos. E em diferentes partes do globo e, especialmente, digamos, na França por causa da Air France, são realizadas auditorias financeiras anualmente. A DGAC peruana não realiza auditorias financeiras e isso é muito ruim. A Colômbia, de certa maneira, é muito diferente do Peru (porque) é mais orientada aos EUA.
4- Está claro que as LCC fazem o mercado crescer e não necessariamente tiram alguma fatia do mercado das operadoras tradicionais. Que mensagem você tem para as companhias aéreas da região que estão preocupadas com todas as novas LCC entrando no mercado
Ryan: Vamos tomar o exemplo europeu. Quando a Ryanair começou a operar em Dublin e Londres em meados da década de 1980, havia 800 mil passageiros na rota e as tarifas eram muito altas. Agora são mais de quatro milhões de passageiros por ano na(quela) rota e as tarifas são muito mais baixas. Então, se esta pergunta for dirigida à Avianca e à LATAM (em vez de VivaColombia), suas tarifas abaixarão, mas provavelmente terão mais passageiros.
Para mais informações, contate:
Guillaume Gressin
Sales Director, Airbus Latin America & Caribbean
guillaume.gressin@airbus.com