A330-300: O melhor segredo que a América Latina ainda está por descobrir

Um recente pedido de aviões realizado por Garuda, no início de abril, me fez refletir por um instante. Você provavelmente está se perguntando por que as decisões de compra da principal companhia aérea da Indonésia conseguiram abalar alguém responsável pela região da América Latina. Mas a resposta é simples. O A330-300 pode ser o segredo mais bem guardado que as companhias aéreas da região ainda estão por descobrir.

Garuda, que opera atualmente seis aviões A330-300, acaba de realizar um pedido à Airbus de mais 11 A330-300 de fuselagem larga. A exemplo de Garuda, temos cerca de uma dúzia de outras grandes operadoras, na Europa, Ásia, Oriente Médio e nos EUA, que compõem a lista de quase 600 unidades do A330-300 já vendidas e 400 em operação. Estas operadoras certamente já entenderam o quanto podem se beneficiar com a capacidade de carga útil do A330-300. Com a mais recente extensão do peso máximo à decolagem para 235 toneladas, o avião pode agora transportar 300 passageiros na configuração de duas classes, voando acima de 5.600 mn. Às transportadoras da América Latina, isso significa chegar à Europa e aos EUA a partir de quase qualquer local da região, oferecendo o menor custo por assento em comparação a qualquer aeronave de corredor duplo atualmente em operação.

Então, por que as companhias aéreas da América Latina ainda não descobriram os benefícios desta aeronave extremamente versátil e rentável? Com o crescimento projetado para a região, este é com certeza o próximo passo no quesito capacidade para as companhias aéreas latino-americanas.

Com mais de 30 anos no setor de aviação, Rafael Alonso é o vice-presidente executivo de Relacionamento com o Cliente da Airbus para a América Latina e Caribe, e responsável por todas as atividades comerciais e de relacionamento com o cliente da Airbus em mais de 40 países.